EDÉSIO ADORNO
Tangará da Serra
Durante a tumultuada reunião com os vereadores, na manhã da última quarta-feira, o prefeito Fábio Junqueira (MDB) deixou escapar que para o efetivo funcionamento dos leitos de UTI do Hospital Municipal, além de equipamentos como respiradores e de equipe técnica, o sistema de ar condicionado precisa ser adaptado para atender as exigências das normas sanitárias.
Um infectologista ouvido pelo site explicou que o sistema de refrigeração das salas de convalescência de pacientes com covid-19 não é exatamente igual ao utilizado nas residências. Nesses ambientes, segundo o médico afirmou, a pressão deve ser negativa.
“Para conseguir manter a pressão negativa é necessário exaurir o ar, e para evitar que os contaminantes sejam exauridos para o ambiente próximo, este ar exaurido deve antes passar pelo menos por uma etapa de filtragem com filtros HEPA H13 (ISO35H) ou H14 (ISO45H), e preferencialmente antes por um pré-filtro G4 ou M5”, informa o site da Retec.
Ainda na reunião, segundo relatos de vereadores, Junqueira aventou a hipótese de privatizar a operação dos leitos de UTI do Hospital Municipal. Fugindo dos termos concessão ou privatização, o prefeito recorreu a um eufemismo para sinalizar que pode entregar a administração da UTI do Hospital Municipal a uma “PJ”, que significa pessoa jurídica, que por sua vez significa empresa privada.
A contratação dessa empresa seria direta, com dispensa de licitação, por causa da pandemia do novo coronavírus.
Os vereadores vão permitir a entrega dos leitos de UTI a uma empresa privada?
Se depender do presidente Quintão, o prefeito pode fazer o projeto e mandar para a Câmara que ele coloca em pauta e trabalha por sua aprovação junto aos demais parlamentares da base de apoio de Junqueira no legislativo.