Da Redação
A Polícia Civil emitiu nota na noite dessa terça-feira (30), por meio da Corregedoria Geral da instituição, que já tomou as providências apara apuração sobre a conduta do delegado Bruno França Ferreira diante de um episódio registrado na noite de segunda-feira (28), em Cuiabá, quando ele se dirigiu à residência de uma mulher de 41 anos que teria descumprido uma medida protetiva em relação a um adolescente, enteado do delegado.
A instituição informa que tal ação foi de decisão exclusiva da autoridade policial. A Corregedoria da Polícia Civil está apurando os fatos e tomará as medidas legais cabíveis ao caso em questão.
O caso aconteceu por volta das 21h40 no condomínio de luxo Florais dos Lagos quando o delegado acompanhado três policiais da Gerência de Operações Especiais (GOE), arrombada a porta e invade a casa.
Com uma pistola na mão, ele ordena que as pessoas deitem no chão. “Polícia Civil, deita no chão. Deita! Deita sua desgraçada. O marido da mulher pede calma a Bruno, mas o delegado prossegue com ofensa e gritos. “Deita, filha da puta! Deita os dois no chão”.
Uma câmera de segurança instalada na casa de uma família filmou toda a ação. A filha da mulher, de 4 anos, chora durante toda a ação. “Manda ela sair daí, senão vou disparar na cabeça dela”, diz ele. Por diversas vezes, os policiais dão sinais para que França e também os moradores se acalmem. A câmera de segurança, no entanto, não registra a criança.
“A senhora sabe que a senhora não pode chegar perto do rapaz?”, pergunta. Sem esperar a resposta, ele esbraveja e xinga. “Responde filha da puta, responde”!. “A senhora sabe que a senhora (sic) tem uma medida protetiva para não chegar perto dele?”.
De acordo com advogado da família, Rodrigo Pouso Miranda, nem ele nem a mulher, tinham conhecimento da medida protetiva e desconhecem o teor dela.
A Corregedoria da Polícia Civil confirma a existência do documento e informou que a ação foi motivada por uma determinação judicial de urgência requerida ao adolescente dentro de uma investigação conduzida pela Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente.
O caso em questão corre na Justiça, envolvendo o enteado do delegado e o filho da moradora. Eles teriam se desentendido quando a família ainda morava no Condomínio Alphaville I, e para evitar novas rusgas, a mulher teria se mudado para o Florais dos Lagos.
Rodrigo Pouso disse que a medida protetiva citada pelo delegado Bruno Ferreira existe, porém não está ativa, isso porque a empresária não foi notificada. “Ele entrou no condomínio sem ordem judicial, dando carteirada, arrombou a porta. Chegou daquele jeito, mandando todo mundo deitar e [pondo] a arma na cabeça”, disse o advogado.
Nota do delegado
A respeito dos episódios noticiados envolvendo o delegado Bruno França Ferreira, cumpre-se necessário informar o seguinte:
1 – toda a situação decorreu de descumprimento de medida protetiva expedida pela juíza Gleide Bispo Santos em favor do menor J, de 13 anos, e contra FABIOLA CÁSSIA GARCIA NUNES, que o vem perseguindo persistentemente com agressões verbais e ameaças físicas em locais públicos, com quadras de esportes, na presença de inúmeras testemunhas.
2 – a medida protetiva foi expedida após denúncia à Polícia feita pela Família da mencionada criança em 17/10, em que narrou até mesmo uma viagem da Senhora FABIOLA até a cidade de Rondonópolis, com o objetivo de promover as agressões verbais.
Na ocasião, após verificar que o menor não se encontrava no local onde ocorreria um evento esportivo, FABIOLA fez questão de difamá-lo para terceiros, tentando coagir o professor a não incluir o menor nas atividades esportivas.
A segunda ocorrência de agressões verbais e ameaças físicas ocorreram no dia 15/10, no começo da noite, quando J. estava jogando futebol com amigos em uma quadra de esportes, a ponto de a atividade ter sido interrompida pelas agressões feitas por FABIOLA.
3 – as últimas agressões verbais e ameaças físicas feitas pela senhora Fabiola contra mencionada criança ocorreram na segunda-feira, 28/11, no início da noite, por volta das 19h30, em uma quadra de esportes de um condomínio de Cuiabá, onde J. estava com amigos jogando futebol.
A Senhora FABIOLA foi até o local e passou a ameaçar e agredir verbalmente o menor, a ponto de ele se retirar do local com os amigos e ter pedido socorro de sua Família.
4 – O delegado Bruno França Ferreira, padrasto do menor J., após tomar conhecido dos fatos, na mesma hora foi até o condomínio para resgatar a criança. Após se inteirar das novas agressões verbais e ameaças físicas, na condição de autoridade policial, pediu apoio de outros agentes de segurança e tendo conhecimento da medida protetiva expedida pela Justiça, efetuou a prisão em flagrante da Senhora Fabiola.
5 – Mais informações, com recomendação de preservar a identidade das crianças envolvidas nesse episódio, devem ser procuradas com as autoridades policiais e da justiça.
Vinicius 12/12/2022
Quem deveria ter sido preso e exonerado é esse "Delegado", chutar a porta de uma casa de família, invasão de privacidade colocando arma na cabeça de criança é execrável, imagina a tragédia que poderia ser uma arma dessas disparar e matar uma criança de 4 anos, nada justifica de forma alguma, um Delegado Civil em uma truculência como essa? Que país é esse? Pátria Armada Brasil? Imagino que se não existisse o serviço de câmeras jamais aconteceria nada com esse "cidadão" que difama todo a Conduta de uma corporação Policial que em sua grande maioria homens de bem. Que seja feita Justiça nesse País de impunidades.
Gulliver 07/12/2022
É um grande covarde com problemas mentais. Uma pessoa assim jamais deveria ser aceito em uma força policial e muito menos portar uma arma!! Cade os exames psicológicos de admissão que nao barram um psicopata desses????
Rfcfranca 02/12/2022
Delegado deve responder pelos seus atos no rigor da lei. Delegado em estágio probatório! Se a senhora descompriu a lei deve responder dentro da lei. Eu nunca vi um delegado civil sair do gabinete. Esse aí agiu por interesse próprio se valendo do seu cargo. Não tem condição psicológica para tal cargo.
Alberto Melhado ruiz Ruiz 01/12/2022
A "justificativa" da polícia civil e totalmente indevida. As filmagens não deixam margem a dúvida quanto a conduta truculenta e perigosa do delegado contra a família e o advogado. Totalmente despreparado.
Revoltado 30/11/2022
Bandido... A policia no Brasil é um lixo
5 comentários