EDÉSIO ADORNO
Tangará da Serra
O chefe do Ministério Público Estadual (MPE), procurador José Antonio Borges e a Procuradora da República em MT, Denise Nunes Rocha Muller Slhessarenko, informaram ao presidente do TCE, Guilherme Maluf, que os leitos de UTI COVID-19 sob gestão estadual e municipal não estariam todos disponíveis para ocupação imediata.
Para instruir processo investigatório, Slhessarenko e Borges requisitaram que o TCE realize “fiscalização in loco imediata, de modo a constatar se a integralidade dos leitos COVID-19 (de UTI e clínicos, adultos e pediátrico), estão efetivamente disponíveis para ocupação imediata”.
O MPF e MPE foram acionados pelo Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso – COSEMS/MT, que denunciou dificuldade de acesso para regular pacientes suspeitos e/ou confirmados com COVID 19.
“É recorrente as dificuldades para que os pacientes sejam atendidos, casos que por vezes demora 24h para se obter a vaga”, anotou o presidente Marco Antônio Norberto Felipe.
Em avaliação sobre o plano de contingência da covid-19, a proposta é que seja considera “somente os leitos que tiverem estrutura física-arquitetônica, equipamentos, insumos, equipes de trabalhadores da saúde, ou seja toda capacidade instalada e recursos humanos existentes, que são exigidos pelas legislações e protocolos de funcionamento de ações e serviços de saúde da urgência”.
De acordo com informações prestadas pela Dra. Marisol Duarte Alvares, Médica Reguladora da Central de Regulação de Urgência e Emergência, a Procuradora da República, Denise Slhessarenko, o Hospital Municipal de Tangará da Serra dispõe de 8 unidades de UTI montadas, porém estão fechadas por falta de médicos.
Consta no Cronograma do Painel de Leitos exclusivos para covid-19, atualizado em 29 de maio, que Tangará da Serra terá disponibilidade de leitos de UTI somente no final de junho. Até lá, a opção de tratamento para pacientes de covid-19 passa pela ambulancioterápia e a saída continua sendo a rodovia MT-358. Um descaso total.
Em seu despacho, a PGR/MT (Denise Slhessarenko) reportou o relatório do COSEMS/MT para pontuar “que constam como habilitados leitos para Tangará da Serra, embora não existam efetivamente leitos de UTI Covid-19 no Município”. E, como não poderia ser diferente, determinação que o caso seja investigado pelo Núcleo de Combate a Corrupção da Procuradoria-Geral da República em Mato Grosso.
O outro lado – o secretário de Saúde de Tangará da Serra, Sergio Schefer, continua irredutível. Não fala com a imprensa e nem se manifesta nas redes sociais.
A assessoria de comunicação da prefeitura também não responde os questionamentos da imprensa.
Nos Boletins diários do Comitê de Combate ao Coronavírus a informação é de que não existem pacientes covid-19 em leitos de UTI. Estranho mesmo seria a existência de pacientes internados em leitos virtuais de UTI.