Da Redação
G1/TV Globo
A denúncia do Ministério Público do Rio que investiga supostos desvios em contratos de assistência social no governo do estado e na Prefeitura do Rio diz que o secretário estadual de Educação do Rio de Janeiro, Pedro Fernandes, e a ex-deputada federal Cristiane Brasil receberam propina em dinheiro.
A suspeita é que o esquema tenha desviado R$ 30 milhões dos cofres públicos entre 2013 e 2018. Pedro Fernandes foi preso nesta sexta-feira (11) na segunda fase da Operação Catarata. Cristiane ainda é procurada.
Ao todo, 25 pessoas foram denunciadas e todas viraram rés.
“Pedro Fernandes (3º- “chefe”), ainda na condição de então Deputado Estadual não reeleito, recebia as propinas em dinheiro, sendo que os valores das vantagens indevidas eram tão elevados (25% do valor pago pelo erário referente ao contrato) que, além de serem pagos parceladamente, era mantida uma “conta corrente informal da propina” 50 junto à Servlog Rio, que era administrada por Flávio Chadud (1º), Bruno Campos Selem (7º) e Marcus Vinícius (8º), o que possibilitava que aquele recebesse mensalmente parcelas dos valores espúrios, em espécie”, diz o documento.
Cristiane também é citada na investigação e, segundo o MP, as “propinas eram recebidas de três formas, dependendo do político envolvido”:
1 em espécie, na maioria das vezes, na sede a Servlog Rio, sede do “QG” do grupo criminoso;
2 através de depósitos bancários em dinheiro em contas correntes bancárias de terceiros;
3 através de pagamento de despesas pessoais do próprio político, como locação de bens imóveis.
'Mulheres da mala'
Os promotores citam ainda que duas assessoras políticas de Cristiane – Vera Lúcia Gorgulho Chaves de Azevedo e Suely Soares da Silva - também denunciadas, eram as “mulheres da mala”, ou seja, recebiam as vantagens indevidas “a fim de blindar” a ex-deputada.
“Vera Lúcia Gorgulho Chaves de Azevedo (20ª) e Suely Soares da Silva (21ª) eram as “mulheres da mala” de Cristiane Brasil (4ª), ou seja, quem recebiam as vantagens econômica indevidas (“propinas”), ora através de entregas de dinheiro em espécie, pessoalmente; ora através de depósitos de dinheiro, em espécie, em contas correntes51; ora através cobrança do pagamento dos valores da locação52 (título do “e-mail: “FWD: Aluguel Cris”), a fim de blindar a ex- vereadora carioca e ex- deputada federal”, diz o documento.