EDÉSIO ADORNO
Tangará da Serra
Focado na reeleição e atordoado com os altos índices de desaprovação a seu governo, o prefeito de Campo Novo do Parecis, Rafael Machado (PSL), faz das tripas coração para cooptar partidos e lideranças políticas, populares e empresariais dispostas a apoiar seu projeto de continuísmo.
Assustado com o crescimento da pré-candidatura do ex-prefeito Mauro Berft (MDB), Machado tenta segurar em sua base o vereador Baioto. Troca de favores e concessão de privilégios fazem parte do jogo do poder pelo poder.
Em uma mensagem de áudio, gravada pelo prefeito Machado e encaminhada para o vereador Baioto, ele se coloca pessoalmente a disposição do ex-secretário de Saúde e de Trabalho e Assistência Social, Claudiomiro Botin, que se encontra internado no Hospital Municipal para tratamento da covid-19. “Ele está muito bem assistido, é o nosso paciente vip, o paciente mais bem cuidado”.
No áudio, Rafael deixa claro que existe tratamento diferenciado para pessoas diferentes. Se existe o paciente vip é porque também existe o não vip, o não detentor de direito a privilégios. De igual forma, se existe o paciente mais bem cuidado é porque, em sentido contrário ou por exclusão, deve existir o paciente que não seja bem cuidado.
A fala de Machado é um tributo a imoralidade e uma afronta ao princípio da impessoalidade. É fato que Claudiomiro tem direito a um tratamento digno e de qualidade. Esse direito, no entanto, não pode ser negado as pessoas que não tem padrinho político.
Se o prefeito se encarrega pessoalmente de visitar um paciente e repassar informações para seus familiares por que razão esse direito haveria de ser negado aos familiares dos demais pacientes do Hospital Municipal.
Ouça o áudio de Rafael e tire suas próprias conclusões: