Da Redação
Blog Edição MT
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma auditoria sanitária em frigoríficos brasileiros habilitados a exportar carne bovina e suína para o mercado americano.
Embora apresentada como uma inspeção de rotina, a medida levanta suspeitas de ser uma estratégia protecionista para beneficiar os pecuaristas americanos, que enfrentam dificuldades devido às recentes tensões comerciais com a China.
Desde que Trump voltou à Casa Branca, as relações com a China se deterioraram, resultando em tarifas retaliatórias de Pequim sobre produtos agrícolas dos EUA, incluindo carne suína, bovina e láctea.
Essa situação levou à suspensão de transações de mais de 60% das empresas americanas habilitadas a exportar carne para a China, criando um excedente no mercado interno e pressionando os preços.
A auditoria no Brasil, programada para ocorrer entre 5 e 16 de maio, será conduzida pelo Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar (FSIS) do Departamento de Agricultura dos EUA.
O objetivo declarado é verificar se o sistema de inspeção sanitária brasileiro continua equivalente ao dos EUA, uma exigência técnica para a manutenção das exportações.
No entanto, especialistas e representantes do setor agropecuário brasileiro veem a medida com ceticismo, interpretando-a como uma tentativa de restringir as importações de carne brasileira e proteger os produtores americanos.
O Brasil lidera as exportações globais de carne bovina, com cerca de 25,5% de participação no mercado mundial, e poderia se beneficiar do espaço deixado pelos EUA na China.
A possível restrição à carne brasileira não apenas afetaria a economia do país, mas também poderia prejudicar a relação bilateral entre Brasil e Estados Unidos, construída ao longo de décadas. A medida é vista como um sinal de desprezo de Trump para com o Brasil e sua importância no comércio internacional de alimentos.
A nova auditoria ocorre em um momento delicado para o comércio global de carnes, e suas implicações podem ser significativas para o agronegócio brasileiro e para as relações comerciais entre os dois países.