EDÉSIO ADORNO
Tangará da Serra
A população de Tangará da Serra e do resto mundo já vive a síndrome do pânico causada pela ameaça da pandemia do coronavírus. Preocupado com a possibilidade de alastramento do vírus, o governador Mauro Mendes já tomou severas medidas de prevenção.
O judiciário suspendeu prazos processuais e dispensou do trabalho pessoas que fazem parte do grupo de risco.
Medidas de contenção do avanço do coronavírus estão sendo colocadas em práticas por prefeitos e autoridades sanitárias de todos os municípios de Mato Grosso.
O caso é grave e preocupante.
O presidente Jair Bolsonaro enfrenta avassaladora onda de críticas por ter participado das manifestações do último dia 15 de março. Ele deveria se manter em quarentena.
Várias autoridades do governo federal positivaram coronavírus.
Medo e preocupação com os efeitos do coronavírus passaram a fazer parte da rotina dos brasileiros.
Em Tangará da Serra, a situação não poderia ser diferente.
Diferente mesmo é a forma como a situação é tratada na cidade.
Na manhã desta quarta-feira, quem circulou pela Tancredo Neves, uma das vias mais movimentadas de Tangará da Serra, teve dificuldade para acreditar na cena que presenciou.
Crianças do ensino fundamental foram retiradas de salas de aulas, onde por prudência nem deveriam estar, para distribuir panfletos de orientação sobre o coronavírus nas vias públicas da cidade. O ato é de absoluta irresponsabilidade.
Durante a panfletagem, crianças apetaram mãos e tiveram contato físico com motoristas e transeuntes que passavam pela avenida. Uma atividade de risco e absolutamente desnecessária.
A prefeitura tem acesso as redes sociais e pode fazer comunicados oficiais na imprensa.
Não havia, repita-se: nenhum motivo para expor essas crianças ao risco de contágio do coronavírus.