Da Redação
A tentativa de privatizar o sistema de água e esgoto de Campo Novo do Parecis à revelia da população, da Justiça e da Lei Orgânica Municipal segue rendendo indignação e protestos.
Nesta terça-feira (20) os candidatos a prefeito e vice-prefeito de Campo Novo do Parecis, Edilson Piaia (PL) e José Marciano da Silva (PSDB), pela Coligação “Compromisso e Trabalho por Campo Novo do Parecis”, firmaram um Termo de Compromisso com a população camponovense onde se responsabilizam a discutir o saneamento básico com a população para a escolha de um modelo mais adequado de gestão.
No documento, os candidatos garantem ainda que os contratos supostamente abusivos e ilícitos, especialmente em relação ao saneamento básico, serão revistos e, se necessário, anulados, preservando a saúde financeira do município e evitando prejuízos à população.
Edilson Piaia e José Marciano da Silva ressaltam ainda que não pactuam com a tentativa de terceirizar o sistema de água e esgoto como vem sendo feito pela gestão do prefeito Rafael Machado, com contratos com valores abusivos.
Segundo consta no edital, o valor para contratar uma empresa privada para gerir o sistema de abastecimento e saneamento sanitário da cidade pelos próximos 35 anos chega a estratosféricos R$ 1.845.153.000,00 (um bilhão, oitocentos e quarenta e cinco milhões, cento e cinquenta e três mil reais).
Além da não garantia da qualidade do serviço, a população teme o aumento das tarifas, o que foi confirmado pelo próprio prefeito em uma entrevista quando ele afirmou que a tarifa de água pode dobrar com a privatização.
Municípios vizinhos como Nova Mutum mostram que uma administração responsável e que pensa na população encontra alternativas para melhorar o serviço de água e esgoto sem pesar no bolso do contribuinte.
O governo municipal vem trabalhando neste sentido desde 2021, sempre com transparência e o conhecimento da população. A primeira etapa da obra, que começa este ano, é a Estação de Tratamento.
A empresa contratada será responsável pela execução da primeira fase e pelo fornecimento de todos os materiais e equipamentos necessários à estação de tratamento de efluentes.
O valor investido pela administração municipal é de R$ 17.232.724,03 com prazo de 12 meses para conclusão da obra.
Vale ressaltar que os trâmites para a privatização do sistema de água e esgoto de Campo Novo do Parecis têm sido feitos à revelia da Justiça e do poder Legislativo e causado grande descontentamento, não apenas na população, mas na sociedade civil organizada.
A Associação Comercial e Industrial (Acic) e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) divulgaram nota conjunta em que reafirmam ser necessária a discussão com toda a população sobre a concessão ou terceirização dos serviços de água e esgoto “de forma técnica, ampla, transparente e que vá de encontro à vontade popular”.
O manifesto diz também que cabe à nova Câmara de Vereadores e Executivo discutir com a sociedade civil organizada o melhor modelo de gestão para a água e esgoto em Campo Novo do Parecis. “A Acic-CDL não compactua com a licitação via concorrência pública para concessão em 35 anos dos serviços de água e esgoto em Campo Novo do Parecis”, completa.
