EDÉSIO ADORNO
Senador Major Olímpio: "Se Eduardo e Flávio Bolsonaro deixarem o PSL será um favor que fazem”.
O casamento do presidente Jair Bolsonaro com o Partido Social Liberal (PSL) durou menos tempo que a gestação de uma elefanta asiática, que é de 22 meses. O capitão se filiou ao PSL em 08 de março de 2018. Permaneceu na legenda exatos 19 meses. “Bolsonaro já esqueceu o partido”, informa o presidente nacional da agremiação, Luciano Bivar.
O destino partidário de Bolsonaro é incerto. Certo mesmo é que ele nunca levou a sério a chamada fidelidade partidária. Desde que ingressou na vida política, em 1988, o capitão já integrou sete partidos (PDC, PPR, PPB, PFL/DEM, PP, PSC e PSL). Migrar para o Patriotas, retornar para o PSC ou fundar um novo partido são algumas das possibilidades desenhadas por fontes próximas ao presidente Bolsonaro.
Para o presidente do PSL, deputado Luciano Bivar, Jair Bolsonaro já decidiu pela saída do partido. "Quando ele diz a um estranho para esquecer o PSL, mostra que ele mesmo já esqueceu. Mostra que ele não tem mais nenhuma relação com o PSL", afirmou o dirigente partidário.
Há quem diga que Bolsonaro se afastou do PSL para não ‘queimar seu filme’ com o escândalo do laranjal de candidaturas em Pernambuco e Minas Gerais. O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir, não acredita nessa hipótese. "Como você (Bolsonaro) fala do quintal alheio se o seu quintal está sujo? As candidaturas em Minas Gerais e Pernambuco estão sendo investigadas. Mas o filho do presidente também", afirmou Waldir.
Sem o controle do partido e de sua milionária conta bancária recheada, até 2022, com a bagatela de R$ 737 milhões de dinheiro público, jorrado pelos fundos partidário e eleitoral, Bolsonaro reuniu sua tropa e determinou o desembarque do PSL. Quem acompanhar o capitão deixa para trás uma fortuna partidária equivalente a quase quinze apartamento de Geddel Vieira lotado de caixas cheias de grana.
Com a filiação de Jair Bolsonaro, o até então nanico e anêmico PSL ganhou visibilidade, inchou, passou por um processo de crescimento neoplásico (proliferação de lideranças não controladas pelo organismo partidário). Impulsionado pelo fenômeno eleitoral chamado Bolsonaro, o PSL, que tinha um deputado federal eleito em 2014, saiu das urnas com 4 senadores e 52 deputados federais.
Foto: Assessoria de Comunicação
Mato Grosso – a senadora Selma Arruda antecedeu Bolsonaro. Ela deixou o PSL no dia 18 de setembro. O deputado federal Nelson Barbudo se tornou o donatário da legenda no estado. O deputado Silvio Fávero foi escolhido monocraticamente por Barbudo para substituir a senadora na vice-presidência da comissão provisória estadual.
Sem Bolsonaro, o PSL perde força e sua cotação sofre baixa no mercado político. Em breve, os bolsonaristas vão jogar a legenda no esgoto. O processo de satanização de Luciano Bivar já foi deflagrado. Os filhos do presidente Bolsonaro estão no comando da claque de ativistas virtuais.
O senador Major Olímpio percebeu a incursão contra o partido. A reação foi enérgica: “se Eduardo e Flávio Bolsonaro deixarem o PSL será um favor que fazem”, afirmou e pediu para Carlos "não encher o saco".
Os deputados Barbudo e Fávero, que juram fidelidade eterna a Bolsonaro, vão deixar o PSL e seguir com o capitão ou continuarão fazendo vigília patriótica no topo da montanha de dinheiro do partido? Eis aí o dilema das viúvas do PSL.