Da Redação
A Bronca Popular
Advogado, empresário do garimpo e atual secretário-executivo do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Irajá Lacerda (PSD) é mais um exemplo da política que prefere manter problemas sociais em vez de resolvê-los.
Conhecido pelo apelido de "Rei do Garimpo", ele já deixou claro seu principal objetivo: conquistar uma cadeira na Câmara dos Deputados em 2026. Para isso, aposta em estratégias assistencialistas e na memória política de sua família em Cáceres, onde tenta se firmar como líder regional.
Em 2022, Lacerda conquistou 54.607 votos ao se apresentar como bolsonarista.
Agora, próximo ao governo Lula e ao PT, com quem mantém laços por meio do senador licenciado e ministro Carlos Fávaro (PSD), Lacerda enfrenta o desafio de ajustar sua imagem pública. Sem a "fantasia de direita" que o alavancou na última eleição, o desafio será conquistar o eleitorado em um cenário onde o fisiologismo e as práticas clientelistas não passam despercebidos.
Recentemente, em sua página no Instagram, Irajá anunciou a chegada de um caminhão de mamografia a Cáceres, em parceria com uma ONG local.
A iniciativa, descrita como "um sonho realizado", foi apresentada como um grande avanço para a saúde das mulheres da região. No entanto, a ação levantou críticas que expõem um problema mais profundo: a ausência de investimentos estruturais.
Ao celebrar a chegada de um caminhão itinerante, Lacerda escancara o caráter paliativo de sua atuação. Em vez de buscar recursos para equipar permanentemente os municípios da região com mamógrafos modernos e garantir atendimento contínuo, ele prefere ações pontuais que geram impacto visual e emocional imediato, mas não resolvem a questão de forma definitiva.
O caso do caminhão de mamografia é emblemático.
Ele ilustra o modus operandi de Lacerda, que aposta na política assistencialista como ferramenta de promoção pessoal. Para críticos, essa abordagem reforça a lógica da velha política, onde problemas sociais são mantidos intencionalmente como plataformas de barganha eleitoral.
Cáceres, cidade marcada por carências em infraestrutura e saúde, poderia se beneficiar de uma política mais robusta e menos eleitoreira.
A população precisa de soluções que não dependam da boa vontade de figuras públicas, mas de políticas públicas eficientes e permanentes.
Contudo, para Irajá Lacerda, a manutenção do problema parece ser mais vantajosa do que sua resolução.
Afinal, é no descaso que ele encontra terreno fértil para construir sua narrativa política.
Enquanto o secretário-executivo do Mapa segue sua caminhada rumo a 2026, fica evidente que a estrela que reluz em sua testa não é apenas a do PT, mas também a da velha política, onde o clientelismo e a autopromoção valem mais do que a transformação real da vida das pessoas.