Da Redação
Um ano após assumir a presidência, Javier Milei coleciona avanços econômicos e desafios sociais. A inflação, que era um dos maiores problemas do país, deu sinais de controle, caindo de 25,5% ao mês em dezembro de 2023 para 2,7% em outubro de 2024.
Entretanto, o ajuste fiscal implementado trouxe altos custos sociais, com a pobreza atingindo 53% da população no início do ano.
Milei, que eliminou metade dos ministérios, demitiu mais de 30 mil funcionários públicos e fechou órgãos como a Télam e o Instituto contra a Discriminação, justifica as medidas como parte de sua visão de um Estado mínimo.
O presidente também manteve controles cambiais e implementou políticas para estabilizar o dólar, gerando benefícios para setores como petróleo, mineração e agronegócio.
Enquanto empresários como Alejandro Reca, da San Ignacio, destacam o retorno da estabilidade e a retomada de investimentos, a recessão fez a economia encolher 3,5% em 2024, com queda no consumo e perda de poder aquisitivo.
O governo ainda aposta em uma safra histórica e no acordo revisado com o FMI, que reduziu os juros de um empréstimo de US$ 40 bilhões.
No campo político, Milei conseguiu aprovar reformas e sustentar seus decretos, mesmo com uma minoria no Congresso.
No entanto, enfrentou forte oposição de movimentos sociais, sindicatos, estudantes e defensores dos direitos humanos, que criticam cortes em saúde, educação e ciência, além do que classificam como discursos de ódio e negacionismo.
Externamente, Milei reforçou laços com Estados Unidos e Israel, celebrou a vitória de Donald Trump e buscou se posicionar contra "a hegemonia cultural da esquerda". Ainda assim, o futuro político e econômico da Argentina permanece incerto, enquanto o país vive uma intensa polarização social e política.