EDÉSIO ADORNO
Tangará da Serra
Há poucos dias, a empresária Edna Campos recebeu uma ligação telefônica. Do outro lado da linha, a esposa do deputado federal Carlos Bezerra, Tetê Bezerra, sugeriu a realização de uma pesquisa para definir o candidato do MDB a prefeito de Tangará da Serra, nas eleições do próximo ano.
Edna teria sido curta, grossa e elegante na resposta. Avisou a Tetê que o partido já definiu seu pré-candidato à sucessão de Fábio Junqueira. O nome dele: Wesley Lopes Torres. A ligação foi encerrada.
O médico nefrologista João Mattos, que não apoiou a eleição de Junqueira no pleito de 2012 e nem sua reeleição em 2016, também não foi eleito deputado com o apoio do grupo político do prefeito Fábio, foi informado sobre a intransigência de Edna Campos em não admitir nem mesmo discutir outro nome do partido para disputar a prefeitura.
O deputado João Mattos, que não engole uma eventual candidatura de Lopes, também não tem um nome eleitoralmente viável para apresentar. O empresário da saúde privada, Ricardo Gonsales (Unimed e Doyon) e a médica Sheila Fantin são apenas balão de ensaio inflado com gás pesado. Dificilmente conseguem decolar.
Ainda assim, Mattos precisa exercer algum protagonismo nas eleições do próximo ano, até como forma de tentar pavimentar sua reeleição.
Incapaz de mover um dedo, fazer um discurso, tomar qualquer decisão ou mesmo respirar sem o aval do federal Carlos Bezerra e da deputada Janaina Riva, o Dr. João já tem uma certeza: apesar de sua proximidade com a alta cúpula do MDB, uma intervenção no partido em Tangará da Serra estaria fora de cogitação.
Como a possibilidade de golpe no diretório municipal do MDB, em princípio, estaria descartada, o deputado deve acomodar seu grupo político no DEM. Conversas nesse sentido já estariam bem avançadas com os caciques do partido. Resta saber se o governador Mauro Mendes, que foi apoiado pelo prefeito Junqueira, referenda esse projeto.