Edésio Adorno
Em mensagem de áudio compartilhada pela imprensa e replicada em grupos de WhatsApp, o prefeito de Tangará da Serra, Vander Masson (PSDB), fez um apelo dramático à população para evitar aglomeração e seguir as medidas de controle a disseminação da covid-19 na cidade.
Há quatro semanas seguidas Tangará da Serra integra uma lista de 10 municípios classificados como de risco muito alto para contaminação pela covid-19. Achatar a curva de contaminação, de internação e de mortes não depende apenas dos esforços do prefeito e de sua equipe de saúde.
Sem a colaboração da comunidade e o empenho de todos na observância das medidas de prevenção ao contágio da doença, o cutelo da morte vai continuar sendo açoitado pelo coronavírus e causando óbitos em escala industrial.
Vander Masson tem clareza solar dessa realidade sombria e apavorante, tanto que se esforça para ampliar o cemitério e, num gesto de quase desespero, faz um dramático apelo para que os tangaraenses evitem promover ou participar de eventos que causem aglomeração e sigam à risca as medidas de prevenção estabelecidas pelas autoridades sanitárias.
Se o brado de alerta do prefeito não for ouvido, um novo decreto com regras rigorosas de combate a pandemia pode ser editado a qualquer momento. Vander afirma que não gostaria de recorrer a esse instrumento, mas diante da escalada da covid-19 e do relaxamento de parte da população, não tem outra alternativa senão endurecer as medidas de contenção a propagação da doença.
No último final de semana, que também foi o feriado do dia do trabalhador, o coronavírus circulou livremente e participou de aglomeração em diversos pontos da avenida Brasil. Atrevido e polivalente, ele entrou em carros de luxo, subiu na carroceria de caminhonetes, ostentou a bandeira do Brasil e defendeu o governo do presidente Bolsonaro.
O coronavírus também andou a pé, levantou a bandeira da CUT, se juntou a movimentos sociais e fez a alegria de incautos, relapsos e negligentes.
O coronavírus deve ter contaminado um número indeterminado de bovinocratas e de jumentocratas – as duas falanges que disputam espaço nas ruas e nas redes sociais.
O resultado será conhecido nos próximos dias.
Com a saúde colapsada, os coveiros terão muito trabalho para sepultar os futuros mortos que se auto imolaram em homenagem aos seus deuses sempre ávidos por sangue e poder.