Da Redação
A Bronca Popular
“Na guerra, quem primeiro morre é a verdade”. A frase, cujo autor é desconhecido, retrata uma realidade insofismável. O conflito no leste europeu não está sacrificando a vida apenas de russos e ucranianos.
Os reflexos dessa insanidade já se espalharam pelo resto do mundo. Mesmo distante há mais de 11 mil quilômetros do palco dos conflitos, o Brasil paga caro por uma guerra da qual não participa. O preço está sendo cobrado por oportunistas que tentam tirar vantagem financeira da guerra e achacar diversos setores da economia do país.
Agronegócio
O vice-presidente do Centro Oeste da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado federal Nelson Barbudo (PL), recebe diariamente em seu gabinete dezenas de reclamações sobre o aumento desproporcional do preço dos fertilizantes, o que pode comprometer a safra 22/23. Barbudo lembra que levantamento da (CNA) Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil revela que 69% do mercado de fertilizantes no Brasil estão concentrados nas mãos de apenas quatro empresas.
“Enquanto técnicos da CNA acompanham as empresas que produzem este insumo para entender a formação e os aumentos dos preços dos fertilizantes, o produtor rural está sendo espoliado com um preço cada vez mais alto”, observa o congressista.
A disparada no preço dos fertilizantes pode inviabilizar a atividade de toda a cadeia produtiva, em especial o pequeno e médio produtor rural. Em busca de solução para o problema, o Barbudo participou de uma reunião, na tarde de ontem (terça/10), com o ministro das Relações Exteriores Carlos França, o secretário de Promoção do Agronegócio do Itamaraty, Alexandre Ghisleni, o presidente da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, Pedro Lupion e o secretário de Comércio Exterior do Itamaraty, embaixador Sarquis.
Durante o encontro, foi debatida a proposta de criação de uma frente temática para atuar em conjunto com o ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e outros organismos públicos e privados no deslinde da grave e preocupante questão.
“O produtor rural não pode continuar sendo achacado pelo cartel dos fertilizantes, precisamos encontrar uma saída com a urgência que o caso reclama”, observou o congressista.
Nelson Barbudo aponta a necessidade de se fazer uma ampla consulta do preço do insumo em outros países para certificar se o aumento exagerado do preço do fertilizante também atingiu escala global ou se ficou restrito ao Brasil.
“Sabemos que a redução de oferta do produto gera aumento no preço, mas aceitar que esse preço seja tão absurdo a ponto de comprometer a produção no campo é inaceitável e contra esse absurdo vamos nos posicionar sempre”, concluiu Barbudo.