Alexandre Rolim
Tangará da Serra
Em meio a um cenário desafiador, o prefeito de Tangará da Serra, Vander Masson, demonstrou coragem ao abraçar uma medida impopular: a concessão dos serviços de esgoto sanitário e resíduos sólidos, atualmente sob responsabilidade do Samae.
Esta decisão, alinhada ao Marco Regulatório do Saneamento Básico do Governo Federal, estabelece a meta de atingir 90% de cobertura de esgoto até 2033 nos municípios.
Importante ressaltar que a coleta de esgoto em Tangará atende apenas 22% das residências atualmente, e para alcançar a meta estabelecida no Marco Regulatório são necessários investimentos estratosféricos que chegam a cerca de R$ 300 milhões.
Recursos que a Prefeitura e o Samae não possuem, jamais possuirão, e que o Município não consegue financiar junto ao BNDES, já que este é proibido de financiar obras de esgoto. Além disso, o aterro sanitário e a coleta de lixo estão defasados, sendo necessário um investimento em torno de R$ 51 milhões para resolver o problema.
É inegável que o prefeito foi questionado por adotar tal medida em pleno ano eleitoral. Contudo, ao analisar sua postura, fica claro que sua motivação transcende considerações políticas imediatas. Vander Masson demonstrou uma coragem rara ao enfrentar de frente a situação, colocando o bem-estar social, a qualidade de vida da população e o crescimento de Tangará da Serra no centro de suas prioridades.
Ao optar por beneficiar a comunidade em detrimento da popularidade momentânea, o prefeito evidenciou um compromisso genuíno com o progresso sustentável. Ele demonstrou que, em sua gestão, a preocupação com o futuro da cidade supera interesses pessoais ou políticos de curto prazo.
Ele poderia simplesmente deixar o povo sem esgoto e focar em sua reeleição; todavia, a índole de Vander falou mais alto
. Ao focar no povo e priorizar a necessidade premente de melhorias infraestruturais, Vander Masson não apenas demonstrou liderança, mas também estabeleceu um exemplo valioso para administradores municipais. A comunidade tangaraense, ao enfrentar desafios inerentes a essa transição, certamente compreenderá a importância dessa medida para o desenvolvimento duradouro de Tangará da Serra.
O prefeito não apenas cumpriu uma obrigação regulatória, mas deixou claro que a coragem de fazer escolhas impopulares em prol do bem comum é uma qualidade vital para líderes comprometidos com o progresso e a sustentabilidade.
Alexandre Rolim é produtor cultural, escritor e jornalista em Tangará da Serra