Da Redação
Blog Edição MT
Políticos matreiros sempre utilizaram os grandes eventos inebriantes da massa ignara para tomar decisões impopulares e emplacar medidas de interesse pessoal ou dos grupos econômicos aos quais são atrelados.
A experiência recomenda atenção especial nos chamados agentes públicos, especialmente em períodos que o homem frívolo se entrega ao ópio popular, como Copa do Mundo, festejos de final de ano, carnaval e acaloradas campanhas eleitorais, como acontece atualmente.
Nas redes sociais, particularmente nos grupos de Whatsapp, questões domésticas são deixadas de lado. Problemas paroquiais, como saúde, educação, infraestrutura, assistência social, segurança pública, abastecimento de água, nada disso parece preocupar os internautas. Todos ou quase todos preferem jogar gasolina na nefasta polarização entre os presidenciáveis Lula e Bolsonaro.
O cidadão comum, aquele que se insere no contexto de massa de manobra, tem opinião pronta e acabada sobre eleição presidencial, embora desconheça a realidade da própria cidade onde mora. É uma gente de ideia fixa, que, diferente de Brás Cubas, o personagem de Machado de Assis, casou e transferiu o legado de sua miséria para seus descendentes.
Essa gente não vai às urnas escolher um gestor, um governante compromissado com o país, prefere eleger um devoto, um demiurgo.
Debater questões nacionais, discutir as propostas dos presidenciáveis, apontar seus vícios e virtudes fazem parte da beleza da democracia. Já permitir que esse debate seja usado como cortina de fumaça por políticos espertalhões para desviar o foco de problemas locais, que afetam o cotidiano da população, não é nada inteligente.
Enquanto alguns esperam a chegada de 30 de outubro para votar em deuses, devotos; o homem sensato sabe que as urnas vão parir, seja ele quem for, apenas um servidor público. Um empregado de sua excelência, o soberano povo. É assim porque assim está previsto na CF/88.