Da Redação
Blog Edição MT

No mundo impiedoso do crime, feminicídios, guerras entre facções e o narcotráfico produzem vítimas em escala industrial em Mato Grosso.
Enquanto o sangue ainda escorre, figuras oportunistas como o vereador Rafael Ranalli (PL) aproveitam a tragédia para fazer política rasteira.
Após o brutal assassinato da adolescente Heloysa Maria de Alencastro Souza, Ranalli foi à tribuna pedir que a facção criminosa Comando Vermelho (CV) fizesse "justiça" contra Benedito Anunciação de Santana e seu filho Gustavo Santana, acusados de encomendar e executar o crime.
Ao pedir que o CV faça justiçamento, o vereador se iguala aos criminosos que pretende ver executados. É uma atitude brutal que o coloca em condição de igualdade e semelhança com os monstros que tiraram a vida da adolescente.
Ranalli, que se apresenta como defensor da segurança pública, traiu sua própria narrativa ao recorrer às mesmas facções que diz combater. Mostrou que sua fé não está no sistema de Justiça, mas no poder paralelo do crime organizado.
Se Benedito e Gustavo forem mortos na prisão, a responsabilidade moral será, em parte, do vereador que instigou o justiçamento.
Transformar cadáveres em palanque virou a especialidade de Ranalli, que agora mira a eleição de 2026 para tentar chegar à Câmara dos Deputados.
Em vez de fortalecer as instituições, Ranalli fortalece a barbárie. Seu discurso de ódio e vingança, travestido de justiça, apenas legitima o poder das facções, enquanto ele lucra politicamente com a síndrome do medo coletivo.
O vereador já escolheu seu lado. E ele não é o da lei, nem o da civilização. É o da barbárie.