Da Redação
Blog Edição MT
A misoginia de Jair Bolsonaro volta a dar as caras, agora com uma articulação nos bastidores para barrar a indicação da advogada Verônica Abdalla Sterman ao Superior Tribunal Militar (STM).
Nomeada por Lula, Verônica incomoda Bolsonaro, que tenta impedir sua aprovação no Senado.
Em entrevista à Rádio 93 FM Exclusiva, ele escancarou seu temor: "Não queremos esse tipo de gente dentro do Superior Tribunal Militar", deixando clara sua rejeição a mulheres em cargos de poder.
Caso seja aprovada, Verônica assumirá a vaga do ministro José Coêlho Ferreira, ocupando um assento reservado à advocacia. Sua nomeação ajudaria a corrigir um histórico de exclusão feminina no STM, que, desde sua criação em 1808, teve 345 ministros homens e apenas uma mulher.
O ex-presidente justificou sua oposição afirmando que Verônica segue a mesma linha da ministra Maria Elizabeth Rocha, primeira mulher a presidir o STM. Rocha, ao tomar posse, declarou que enxerga crimes militares na conduta de Bolsonaro, que já enfrenta investigações por tentativa de golpe de Estado. Temendo novas pressões dentro da Corte, Bolsonaro tenta a todo custo impedir que outra mulher assuma o cargo.
Mas Bolsonaro se apequena ainda mais ao estimular a traição no Senado, aproveitando-se do voto secreto para incentivar parlamentares a descumprirem acordos e barrar a indicação.
Sem coragem de enfrentar a questão às claras, o ex-presidente se vale dos bastidores para articular contra a presença feminina no Judiciário militar. A questão agora é: o Senado cederá ao machismo e ao jogo sujo bolsonarista ou permitirá que a Justiça Militar avance na representatividade?