Da Redação
Blog Edição MT
"Estou animado e me sentindo uma criança novamente com o convite de Trump. Não tomo mais nem Viagra." Foi assim que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) descreveu ao jornal americano The New York Times sua empolgação ao ser convidado para a posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Contudo, Bolsonaro não comparecerá ao evento, pois o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve seu passaporte retido devido a investigações criminais e risco de fuga.
Enquanto Bolsonaro assistirá à cerimônia pela TV, uma delegação com cerca de 30 políticos bolsonaristas, incluindo a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, está em Washington para prestigiar Trump. Segundo a BBC News Brasil, a posse do republicano é vista como uma oportunidade de revitalizar o bolsonarismo em um momento delicado para o ex-presidente.
Desde sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022, Bolsonaro enfrenta reveses políticos: foi declarado inelegível até 2030, está sob investigação no STF e foi indiciado pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado. Aliados acreditam que a chegada de Trump ao poder pode fortalecer a direita brasileira, criando condições para seu retorno à política.
Especialistas ouvidos pela BBC avaliam que o bolsonarismo usa a vitória de Trump como uma "chama de esperança". Porém, analistas como Marco Antônio Teixeira, da FGV, são céticos quanto aos efeitos práticos dessa proximidade, ressaltando que ela dificilmente reverterá a inelegibilidade de Bolsonaro.
A relação entre Trump e Bolsonaro é marcada por afinidades ideológicas e interesses comuns, como o enfrentamento ao STF e o apoio de figuras como Elon Musk. Ambos compartilham vínculos com líderes como Javier Milei, presidente da Argentina, fortalecendo uma aliança conservadora nas Américas.
Embora a influência de Trump sobre a política brasileira seja limitada, sua posse reaquece debates sobre o impacto da política internacional na dinâmica doméstica do Brasil, especialmente em temas como economia e regulação de redes sociais.