EDÉSIO ADORNO
O jurista e professor universitário Fábio Martins Junqueira é, como direi, um prodígio em termos de maquiavelismo político. Ele arquitetou e está pronto para colocar em ação um plano que pode garantir sua presença por mais quatro anos, senão por oito, na chefia do executivo municipal.
Se resolvesse tentar eleger sua sucessora a primeira dama e coordenadora da Sala da Mulher, dona Helena Simões, teria que renunciar ao cargo de prefeito seis meses antes do pleito eleitoral.
Apeado do cargo, Fabinho perderia o controle sobre Rogério Silva, Dona Neide, Sandra Garcia e Rômer Japonês, que poderiam migrar para a oposição. (Niltinho do Lanche não entrou nessa lista porque estaria de relações estremecidas com Junqueira).
Outro fator que impede Martins de entregar a cadeira de prefeito para Renato Gouveia está relacionado ao seu gosto esportivo: aplicar esporros e passar descompostura em Zé Bernardino, Soares, Wesley Lopes Torres e Anibale é seu esporte favorito. Eles se subordinam a passar por esses momentos quase diários de constrangimento por causa da gorda recompensa que vem das tetas da viúva.
Humildade, subserviência e elevador poder de vassalagem distinguiram Lopes dos demais subalternos a Junqueira.
Esses predicados garantiram a Wesley Lopes Torres a primazia de ser o escolhido de Fábio Junqueira para disputar, com seu apoio e com a força da máquina, a prefeitura da cidade.
Em se concretizando o plano, Wesley Lopes vira prefeito de direito e Fábio, que nunca foi bobó cheira-cheira, continua prefeito de fato por mais quatro anos. E tudo nos conformes da legislação eleitoral. Isso se chama astucia.