Edésio Adorno
Tangará da Serra
O médico Divino Henrique foi eleito prefeito de Barra do Bugres, no pleito do ano passado, com 7.359 votos – 43% dos votos válidos. O que isso significa, além de nada? Nada mesmo! Os valentes vereadores da pobre cidade – com os professores Lennon (pode) Corezomae e Cleide (PP) à frente – deram uma banana para a opinião e mandaram às favas a soberania do voto popular.
A acusação mais grave que os ‘paladinos’ da moralidade apresentaram contra o prefeito Divino para enxotá-lo da prefeitura chega a ser surreal. Ele foi acusado de prestar serviços médicos, fora de horário de expediente, em uma comunidade pobre da zona rural de Alto Paraguai.
Esse foi o pretexto formal utilizado pelos nobres e sacrossantos vereadores para cassar o mandato do prefeito Henrique. Substantivamente, a verdade é outra e bem mais despudorada, indecente e promiscua.
Nos bastidores, corre solta a informação de que a articulação para o impeachment do doutor Divino teria sido costurada pelo ex-prefeito Arnaldo Pereira, não por acaso, esposo da vice Azenilda, em conluio com empresários e negocistas ávidos para recuperar as tetas e benesses da prefeitura. Eles sempre sobreviveram na sombra do poder. Estavam desmamados e de barriga vazia.
Azenilda virou prefeita, caso a decisão da Câmara não seja anulada pela justiça, mas não terá autonomia para governar. Ela será apenas a preposta, longa manus, da raposa política, que é seu esposo Arnaldo. Pior que isso, teve que fazer pacto com Raimundo e todo mundo. Mais grave ainda, se tornou refém de 12 vereadores, que já apresentaram a fatura. Aliás, exigem participação no butim, ou seja, na divisão do bolo.
Cada vereador que ajudou caçambar Divino tem seu preço. A fatura já chegou ao gabinete de Azenilda. Empregos para cabos eleitorais, parentes e agregados, além de obras e outros favores, funcionam como moeda de troca. A prefeita terá que parir mimos e agrados para saciar a gula insaciável de sua base na Câmara, caso queira governar.
O vereador Lennon foi o mais afoito para cassar o mandato de Divino. Venceu, mas saiu duplamente derrotado. Perdeu o pouco de apoio que tinha nas comunidades indígenas, nunca será aceito e jamais terá a confiança dos senhores feudais que controlam Barra do Bugres.
O sonho de disputar a ALMT naufragou antes da partida. E corre o risco real de ser vomitado nas urnas na próxima eleição que disputar. Na política e na guerra, conforme Napoleão, o rei ama um traição, mas abomina o traidor.
Fabinn 21/12/2021
Que magoa hein abronca? Ficou sem midia pra destilar todo esse veneno?
1 comentários