EDÉSIO ADORNO
Da Editoria de Política
Em tempo de Fake News nas redes sociais, urge desmistificar as mentiras que inundam a esgotosfera, fomentam debates, despertam reações, atiçam ativistas de esquerda, de direita e colocam em ebulição o caldeirão político.
Na semana passada, agentes públicos e empresários da comunicação foram acusados de alimentar a indústria das chamadas notícias falsas.
As Fakes News, que contaminam a imprensa e os poderes da República, projetam seus efeitos nefastos por toda a sociedade. Ninguém está imune as mentiras virtuais.
Com base em Fake News, o ministro Dias Toffoli, presidente do STF, determinou a abertura de um inquérito Fake para investigar ofensas também Fake a honra da Suprema Corte.
No âmbito desse inquérito Fake, o ministro Alexandre de Moraes prolatou uma cautelar Fake para censurar a revista Crusoé e o site O Antagonista e determinar que os veículos digitais retirassem de circulação uma reportagem contendo noticiais Fakes contra Toffoli – o amigo do amigo de meu pai.
Não pense que a produção de Fake News, durante a semana passada, ficou restrita ao STF.
O ex-governador Silval Barbosa, graças ao seu enorme poder de mistificação e de invencionice, foi destaque na imprensa regional e nacional.
Barbosa, por intermédio de sua defesa, foi a imprensa e confessou com todas as letras que as notas promissórias usadas para fundamentar o afastamento de cinco conselheiros do Tribunal de Contas (TCE) simplesmente não existem – são promissórias Fakes.
O Ministério Público Estadual (MPE) requereu ao STF o compartilhamento das promissórias Fakes de Silval Barbosa para instruir ação de improbidade como desdobramento da operação Malebolge. Os investigadores do MPE acreditavam na existência das tais promissórias.
Raquel Dodge, a chefe da PGR, aquiesceu com o compartilhamento das promissórias Fakes de Silval com o MPE. Dodge também acreditava na existência das ditas cujas NPs.
O ministro Luiz Fux, do STF, que homologou a “delação monstruosa de Barbosa, determinou o envio de cópia das promissórias Fakes de Silval ao MPE. O togado igualmente acreditava na existência das aludidas promissórias.
Coube ao chefe da secretaria judiciária da Suprema Corte, Paulo Roberto Koerich Filho, informar a Fux que as ditas promissórias eram fakes. Logo, de existência não materializada no mundo fático e muito menos no processo.
O pedido do MPE perdeu o objeto dada a impossibilidade, pelos meios normais, de se fazer cópia de algo existente apenas na fértil imaginação de Barbosão, o encantador de tolos. Todos foram enganados pelo conto das promissórias Fakes.
Para tentar mitigar os efeitos deletérios das promissórias Fakes, Silval emendou nova Fake News. Ele disse que nunca prometeu fazer juntada ao processo das ditas cártulas. Alexandre de Moraes já recuou da censura fake a Crusoé e ao Antagonista; Dias Toffoli vai recuar do inquérito Fake instaurado para investigar Fakes News contra o STF.
Resta saber quando Fux vai dar o devido tratamento a delação Fake de Silval Barbosa e corrigir a injustiça praticada contra os conselheiros do TCE/MT.
Se nada acontecer, não será Fake considerar o STF como mero homologador das grandes delações Fakes que chocaram o País. Entre elas, a do próprio Barbosa e a dos irmãos Batista, da JBS. Viva as Fakes, aqui, acolá e no STF.