Da Redação
A Bronca Popular
A prisão do vice-prefeito e secretário de Obras Públicas de Cuiabá, José Roberto Stopa (PV), nesta quinta-feira (26), escancarou mais uma vez o uso desmedido do aparato judicial para criar espetáculos midiáticos.
Acusado de crime ambiental pelo descarte irregular de resíduos na obra do Mercado Porto, Stopa foi detido em uma operação que pareceu mais voltada ao constrangimento público do que à justiça.
Embora o crime ambiental seja sério e deva ser investigado com rigor, a decisão do juiz Marcos Faleiros de liberar Stopa sem fiança, apontando a ausência de justificativas para a prisão preventiva, deixa claro o excesso na ação policial.
Stopa colaborou com as investigações, é servidor público com residência fixa e não apresenta risco de fuga. Ainda assim, foi submetido à humilhação pública, em um caso que carece de elementos concretos para uma prisão tão drástica.
O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) denunciou o episódio como uma tentativa de boicote político.
A proximidade da entrega da obra do Mercado Porto levanta suspeitas de motivações alheias à busca por justiça.
A cobertura sensacionalista contribui para reforçar a narrativa de culpabilidade antes mesmo da conclusão do processo.
Prisão não deve ser espetáculo. Usá-la para promover um show midiático prejudica a credibilidade das instituições e desvia o foco do debate sobre a responsabilidade ambiental, que precisa ser tratado com seriedade, e não com politicagem.