Da Redação
Blog Edição MT
Os recentes requerimentos protocolados pelo deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) contra Michelle Bolsonaro levantam um debate inevitável: trata-se de uma busca legítima por transparência ou apenas um contra-ataque político? As denúncias giram em torno do uso irregular do cartão corporativo da Presidência da República e possíveis desvios de recursos. No entanto, o próprio parlamentar admitiu que a ação é uma resposta à pressão da oposição sobre a atual primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja.
A estratégia do parlamentar petista é clara: para cada questionamento feito à esposa de Lula, o PT revida com duas denúncias contra Michelle. Esse tipo de embate reforça a crescente polarização política no Brasil, onde acusações e investigações são usadas como armas eleitorais. Contudo, é inegável que as suspeitas sobre os gastos da ex-primeira-dama precisam ser esclarecidas. O uso de dinheiro público deve ser transparente, independente de qual governo esteja no poder.
A defesa de Michelle Bolsonaro, por sua vez, rebate as acusações e alega que as denúncias não passam de uma tentativa de desviar a atenção dos problemas do governo atual. O embate entre governo e oposição mais uma vez se sobrepõe às reais necessidades da população, que segue assistindo a uma política onde a fiscalização e a responsabilização muitas vezes são ofuscadas pelo jogo político.
O ideal seria que tais investigações ocorressem com base em critérios técnicos e não em retaliações políticas. Se há irregularidades, que sejam devidamente apuradas. Mas se tudo não passa de um jogo de cena, mais uma vez a política brasileira perde a oportunidade de evoluir para um debate mais maduro e menos pautado pelo revanchismo partidário.