Thiago Rossoni
Em janeiro deste ano, entrou em vigor o Marco Legal da Geração Distribuída, que passou a cobrar os custos de distribuição de quem utiliza fontes renováveis como a energia solar. A Lei nº 14.300/2022 trouxe mudanças relacionadas ao pagamento de uma taxa que altera a composição total da conta de luz – também chamada de “taxação do Sol”. Esse tributo só passou a ser incluído em projetos homologados a partir de 7 de janeiro de 2023.
Com a regulação, muitos interessados no sistema questionam se sua instalação continua valendo a pena. A resposta é sim. Tendo em vista que o produto dura mais de 20 anos e que o tempo de retorno do investimento deve subir pouco, variando nas diferentes regiões do país. Na prática, o período aumenta em média de quatro anos e meio para cinco anos, segundo estimativas de entidades do setor.
Entre as vantagens, estão a baixa manutenção dos equipamentos; a conta de energia protegida da inflação energética; a valorização do imóvel, uma vez que imóveis sustentáveis valorizam até 30%; e a independência energética, em que o consumidor reduz sua dependência e custos com as redes de energia elétrica de concessionárias.
No cenário nacional, esse tipo de fonte energética é a segunda maior, de acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Ainda, segundo a entidade, em 2022 houve um crescimento de 64% na categoria em relação a 2021.
As projeções da IEA (Agência Internacional de Energia, na sigla em inglês) mostram que o Brasil terá mais de 66 gigawatts de capacidade solar instalada em 2027, ou seja, triplicará a sua atual capacidade operacional em energia solar (22,9 GW). Uma notícia que só reforça a relevância desse investimento de longo prazo e o impacto crescente que trará ao longo dos anos.
De olho nesse contexto, e considerando papel essencial do setor financeiro na transição para uma economia de baixo carbono, o Sicredi, instituição financeira cooperativa com mais de 6,5 milhões de associados e atuação em todas as regiões do Brasil, possui uma equipe atenta às oportunidades para apoiar seus associados. Dessa forma, tem um compromisso firmado para colaborar com iniciativas que fomentem a sustentabilidade ambiental e econômica nas milhares de comunidades onde se insere.
Entendemos que energia solar é para todos e temos cooperado para isso. Hoje, mais da metade dos novos sistemas são investimentos de associados Sicredi de famílias de classe B e C. Até mesmo a presença das pequenas e médias empresas como grandes consumidoras de energia solar aponta que os painéis já não são para poucos.
Como possível reflexo dessa tendência, o financiamento para energia solar atingiu o total de concessão de 50.355 novos créditos, totalizando o valor financiado de mais de R$ 2,7 bi em 2022. Os estabelecimentos que procuram o produto são os mais diversos, como de cultivo de soja, criação de bovinos, restaurantes e similares, condomínios prediais, minimercados e armazéns.
No geral, além de ser sustentável, o uso da energia solar é atraente por conta da economia que gera. Com um negócio ou produção sendo movido por um sistema fotovoltaico, as despesas podem reduzir drasticamente e, com isso, é possível realocar essa economia para novos investimentos e aumentar sua competitividade em seu mercado de atuação. No dia a dia, vemos com entusiasmo a ampliação de iniciativas para o desenvolvimento sustentável, aquele que gera impacto positivo não apenas econômico, mas social, ambiental e climático.
*Thiago Rossoni é superintendente de Crédito e Negócios do Sicredi