O fantasma de uma estratégia política autodestrutiva

Da Redação
Blog Edição MT

Há um ditado que diz que fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados diferentes é loucura. Isso é particularmente verdadeiro na política, onde a estratégia pode ser a chave para o sucesso, mas, quando mal direcionada, pode levar ao fracasso.

Na eleição de 2020, o deputado federal Abílio Brunini adotou uma abordagem que jogou contra ele próprio, entregando de mão beijada a reeleição ao prefeito Emanuel Pinheiro.

Quase quatro anos se passaram, e parece que Abílio não aprendeu nada com seus erros.

Desde que se tornou deputado federal, com o apoio do bolsonarismo, Abílio parece empenhado em desconstruir sua própria imagem, criando uma caricatura de si mesmo como alguém debochado, sem graça e sem conteúdo.

Seu estilo, que alguns comparam ao de um aluno indisciplinado do 4º ano, o levou a utilizar a CPMI dos atos golpistas como um palco para gracejos, gestos de transfobia e misoginia, mesmo que não seja nada disso na realidade.

Abílio poderia aprender com a sabedoria contida na canção "Prato do Dia" da dupla Tião Carreiro e Pardinho, que diz: "a coisa que eu mais detesto é ver homem barbado fazendo gracinha." No entanto, ele parece ter ignorado essa lição.

O resultado de sua estratégia equivocada é evidente.

A pesquisa MT Dados, divulgada nesta segunda-feira, mostra que Abílio lidera a rejeição popular em Cuiabá, com 27%.

Sua preferência eleitoral despencou para 18%, enquanto Eduardo Botelho disparou para 32% das preferências dos eleitores consultados. Lúdio Cabral, com 15%, está em sua cola, configurando um empate técnico na margem de erro.

Abílio parece incapaz de reconhecer que está jogando contra si mesmo. Ele não demonstra interesse em mudar sua postura ou corrigir seus erros políticos, em vez disso, insiste em adotar uma abordagem que parece desconectada dos interesses de Mato Grosso e da população cuiabana.

Se Abílio planeja governar Cuiabá, ele terá que se abrir para o diálogo com as diversas forças vivas que representam a cidade e cobram soluções para seus problemas mais prementes.

No entanto, até agora, ele demonstrou aversão ao movimento LGBTQIA+, falta de diálogo com comunidades negras e quilombolas, ignorando presidentes de bairros, grupos de mães e idosos.

Sua interação com a população de Cuiabá se limita ao mundo digital, com uma presença marcante no Tiktok, Instagram, Facebook, YouTube e Telegram.

Abílio parece se apresentar como o epítome da moralidade, honestidade e como alguém com uma ligação direta com Deus.

No entanto, essa postura autoelogiosa parece não estar ressoando com os eleitores.

A pesquisa revela que ele está isolado na liderança em rejeição popular, e seu futuro na corrida eleitoral de Cuiabá parece incerto.

Se Abílio não mudar de rumo, não será surpreendente se ele mesmo tirar seu lugar no segundo turno da disputa eleitoral, sendo superado por adversários como  Lúdio Cabral, Fábio Garcia ou mesmo José Roberto Stopa, considerando que o deputado Eduardo Botelho já assumiu a dianteira na disputa eleitoral pelo Alencastro.

Afinal, na política, a repetição de erros pode ser a receita para o fracasso.