Da Redação
Blog Edição MT
A Proclamação da República, celebrada em 15 de novembro, é um dos acontecimentos mais importantes da história brasileira. No entanto, algo pouco comentado sobre o evento é que ele foi impulsionado por um boato que se espalhou rapidamente entre as lideranças militares e civis da época.
Esse tipo de “notícia falsa” seria hoje identificado como uma fake news, mas, naquela época, chamava-se simplesmente “fofoca”.
O boato em questão dizia respeito ao marechal Deodoro da Fonseca, figura central na mudança de regime.
Surgiram rumores de que Deodoro havia sido alvo de um complô do então imperador Dom Pedro II, que supostamente planejaria substituí-lo por um rival político. Essa suposta intriga, que se espalhou sem confirmações, inflamou os ânimos de Deodoro e das lideranças militares que já ansiavam por mudanças, criando uma situação de urgência para uma ação definitiva.
Esse episódio de “fofoca” serviu para acirrar os sentimentos republicanos e acelerar o movimento que culminou com a Proclamação da República.
Ao acreditar na veracidade do boato, Deodoro, que inicialmente era monarquista e tinha uma relação próxima com Dom Pedro II, decidiu tomar o poder e depor o imperador. Assim, uma fake news em um momento crucial teve grande influência sobre o desfecho da história brasileira.
O Brasil saiu do regime monárquico para o republicano de forma relativamente pacífica, mas o episódio destaca o poder de uma narrativa não verificada para influenciar até mesmo eventos de grande escala.
Essa curiosidade histórica serve como um lembrete do impacto que informações distorcidas podem ter, mesmo antes da era digital.